Como funciona a segurança do trabalho em UAN?
O trabalho dentro de uma cozinha é extremamente intenso. Os funcionários, além da correria, estão a todo tempo em contato com calor, frio, pisos molhados, objetos cortantes, entre outras situações que podem causar acidentes. Com esse ritmo de produção, não podemos deixar de falar sobre a segurança do trabalho em UAN.
Conforme o art. 19 da Lei nº 9.213/91, o acidente de trabalho é “o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”. A pessoa caiu e lesionou a perna na cozinha? Acidente de trabalho. O cozinheiro queimou as mãos na preparação da carne? Acidente de trabalho.
Mas por que se importar com a segurança do trabalho em UAN? Além das burocracias, gastos e desgaste físico e emocional, de acordo com dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, em 2017, ao menos, um trabalhador brasileiro morreu a cada quatro horas e meia vítima de acidente de trabalho.
Este é um assunto sério e de responsabilidade da empresa garantir que os seus funcionários desempenhem suas funções de forma digna e segura. Acompanhe o post para mais informações!
A importância da segurança do trabalho em UAN
Ainda com base em dados do Observatório, em 2017, a Previdência Social gastou mais de R$ 26,1 bilhões com pagamentos de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensões por mortes de trabalhadores e auxílios-acidente. Segurança do trabalho também é assunto que envolve gastos públicos.
4% do produtos interno bruto do país com gastos decorrentes da falta de segurança do trabalho. O funcionário tem a sua vida em risco e, em alguns casos, perde movimentação e precisa transformar sua vida. Sem falar nos casos mais graves, que resultam em morte. Este é, claramente, um problema de saúde pública, econômico e previdenciário.
Diante destes números alarmantes, é preciso se questionar: o que eu posso fazer para melhorar a segurança do trabalho na minha UAN? Tenha em mente que quem trabalha com máquinas, equipamentos e peso têm mais chance de se acidentar se comparado a um auxiliar de escritório ou recepcionista. Não confie na sorte, tome as atitudes necessárias para diminuir estes números e não fazer parte das estatísticas.
Seguir a legislação é essencial
Quem trabalha com nutricionistas ou consultorias em nutrição, sabe o quanto e a legislação é valorizada. Isso, porém, tem motivo plausível. Se você for analisar a RDC nº 216, em nenhum momento ela utiliza a palavra “segurança do trabalho”. Como, então, ela desempenha um papel importante na prevenção de acidentes?
Basta analisar algumas de suas exigências legais. As luminárias, por exemplo, devem dispor de proteção contra explosão e quedas acidentais, as instalações elétricas devem estar embutidas ou protegidas e a ventilação deve garantir a renovação do ar, impedindo que fungos, pós, gases e fumaças comprometam a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos e a saúde da equipe.
Ao seguir a legislação, muitos acidentes são evitados, mesmo sem querer. Criando um ambiente organizado, limpo e com um bom fluxo de trabalho, é bem provável que os funcionários se sintam mais seguros e os imprevistos não apareçam com frequência.
Um outro exemplo importante é manutenção periódica dos equipamentos e o registro dessas operações. Com equipamentos em bom funcionamento e uma equipe treinada para usá-los da forma correta, dificilmente você terá acidentes com o moedor de carnes ou o descascador de legumes.
Os aspectos ergonômicos
Temos, no blog da Nutri Mix, um post inteiro dedicado a ergonomia do trabalho. Mas, novamente, ressaltamos a sua importância. Há alguns parâmetros que possibilitam um maior conforto, segurança e desempenho das atividades.
A cozinha tem de estar adaptada para as condições físicas e psíquicas dos seus funcionários, levando em consideração a individualidade de cada pessoa. Como falhas ergonômicas, podemos citar ambientes abafados, equipamentos defeituosos, mal planejamento da estrutura, levantamento de peso acima dos limites, etc.
Os equipamentos de proteção individual
Sabe aquela luva de malha de aço, sapato de segurança e touquinha no cabelo? Esses adereços são considerados equipamentos de proteção individual, os EPIs. O único objetivo do EPI é proteger o manipulador dos riscos que ameaçam a sua segurança e saúde.
Alguns outros exemplos são: o casaco térmico, para câmaras frias, luvas de PVC, para utilização de produtos químicos, avental de PVC, contra a umidade, avental anti chama, para manipulação em fogão e fornos, óculos de segurança, no caso de frituras, e botas antiderrapantes para proteção contra quedas de facas, umidade, etc.
Todo EPI deve ter um certificado de aprovação e é obrigação da empresa disponibilizar estes equipamentos sem nenhum custo para o funcionário. Vale ressaltar que a maioria dos acidentes de trabalho em UAN ocorrem pelo mau uso de equipamentos de proteção de individual, falta de experiência ou a não disponibilidade dos mesmos.
A comissão interna de prevenção de acidentes
Ou abreviando, CIPA. Este órgão é constituído por funcionários da própria empresa e tem um caráter preventivo. A ideia é que através de orientações, treinamentos e acompanhamentos diários ocorra uma mudança em relação à segurança do trabalho na UAN.
É dever da CIPA elaborar um mapa de risco, a partir do trabalho local e com a contribuição dos outros funcionários. Esse mapa leva em conta os riscos físico, químicos e biológicos e é feito em cima da planta baixa da empresa. Com ele, é possível identificar os riscos e surgir com medidas preventivas.
Além da CIPA, temos o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais e o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional.
Diante de tantos riscos, falar em segurança do trabalho em UAN é falar em proteção à vida. Ainda é preciso que mais debates ocorram dentro dos serviços de alimentação para que esta situação mude de perspectiva. A empresa deve se posicionar sempre a favor dos seus funcionários e garantir, a partir de todos os meios possíveis, que estes tenham condições seguras para desempenhar suas funções.
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