Ideias de educação nutricional para idosos
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, OMS, nos países emergentes são considerados idosos aqueles com idade superior ou igual a 60 anos. A estimativa é que, até 2042, o número de idosos no Brasil aumente em 100%, ou seja, dobre. Falar sobre ideias de educação nutricional para idosos é, então, falar sobre como assegurar a essa parcela da população oportunidades e facilidades para preservação da sua saúde física e mental.
Como garantir que 28 milhões de idosos residentes no Brasil, segundo levantamento do IBGE, tenham acesso à informação de qualidade sobre nutrição? Até 2050, os idosos serão um grupo maior do que a parcela da população com idade entre 40 e 59 anos.
Quando esse idoso não tem os cuidados básicos, quando não participa de ações de promoção à saúde, o sistema quebra, as filas do SUS aumentam, os medicamentos acabam, as famílias se desestruturam… É preciso pensar no cuidado primário, o que antecede o surgimento da doença e é, por isso, que este post fala sobre ideias de educação nutricional para idosos.
O envelhecimento é, sim, um processo natural, mas junto com ele chegam várias alterações biopsicossociais, que tornam os idosos uma população mais vulnerável. Muitas vezes, esses fatores resultam na perda da autonomia e independência do idoso, comprometendo a nutrição e a alimentação, desde acesso, preparo ao consumo do alimento.
A educação em nutrição, nesse sentido, é vista como um instrumento de transformação de inadequações de hábitos de vida. O objetivo é capacitar o idoso para que estes possam agir conscientemente diante de suas dificuldades diárias. No entanto, devemos levar em consideração os fatores que interferem na comunicação com os idosos, como os déficits cognitivos, emoções, o status social, integridade dos órgãos sensoriais, etc.
Algumas pesquisas indicam algumas medidas simples para auxiliar na comunicação com os idosos, como, por exemplo:
- Evitar ambientes com ruído;
- Evitar submeter os idosos a situações constrangedoras;
- Procurar falar clara e pausadamente;
- Falar de frente, para que o idoso possa fazer leitura labial;
- Articular bem as palavras;
- Recomendar que beba água quando falar muito;
- Diminuir a distância entre os falantes;
- Falar em ambientes iluminados.
Sabendo da importância educacional para idosos e um pouco sobre como fazer esta abordagem, chegou a hora de ir para prática. Separamos 5 ideias para interagir com esse público e levar informação sobre a alimentação saudável.
- Bingo das frutas
Toalha de mesa, potinhos de plástico ou capa para botijão? Vamos deixar para o bingo de domingo, na igreja. Aqui, o vencedor ganha uma cesta colorida cheia de frutas ou, então, uma cesta da fruta de sua preferência.
Além de ser uma brincadeira divertida, o bingo da fruta estimula o consumo de alimentos saudáveis, cria um momento de socialização e treina a coordenação e memória dos idosos. O ideal é que a brincadeira continue até que todos saiam com sua cestinha de frutas.
- Jogo de cardápio equilibrado
Buraco, tranca ou até mesmo truco. As cartas fazem parte da diversão de muitas pessoas, de várias idades, sem falar que os jogos são ótimos instrumentos de fixação da aprendizagem. Nesse jogo, porém, ganha quem formar primeiro um cardápio equilibrado com as cartas. Como? Nós vamos explicar abaixo.
Comece montando o baralho. Substitua as estampas convencionais dos jogos de baralho por alimentos e preparações, seus respectivos grupos e porções, de acordo com o Guia Alimentar Brasileira para Idosos. Você também pode colocar tarjas coloridas nas bordas das cartas, de maneira a identificar a qual grupo o alimento pertence. Por fim, no canto superior, coloque uma sinaleira, do tipo farol de trânsito, na qual a cor vermelha indica cautela no consumo, a amarela moderação e a verde consumo sem restrição.
Embaralhe as cartas e distribua dez para cada participante na mesa. Começa quem tirar o número maior em um dado. Esse jogador pega um carta do montinho e descarta aquela que não lhe auxilia na elaboração de um cardápio saudável. Os próximos jogadores fazem o mesmo, até que um deles forme um cardápio completo e equilibrado de uma das refeições.
- Relatos orais e escritos
Com o grupo de idosos formado, essa é uma boa prática de “aquecimento”, antes da palestra ou dinâmica. Distribua textos informativos, que abordam o tema escolhido. Pode ser uma notícia, uma entrevista, uma carta ou o relato de alguém, apresentando situações bem semelhantes à realidade dos participantes da oficina.
Após a leitura, dê espaço para que cada um compartilhe suas impressões. Lembre-se de respeitar o silêncio, as lágrimas e todas as emoções que o texto despertar. Ao fim do encontro, peça que cada participante escreva seu próprio relato, contendo lembranças e reflexões acerca da oficina, assim como partes de sua história.
- Monte seu prato
Essa brincadeira é semelhante a das cartas, mas um pouco mais simples. A ideia é distribuir pratos de acrílico para cada participante e dispor na mesa imagens de alimentos recortados de revistas, cola e pincel. Cada participante, então, deve montar seu prato.
Ao fim da brincadeira, as nutricionistas passam dando orientações sobre as escolhas, apresentando substituições e as melhores adequações. Depois de reestruturados, os pratinhos podem ser levados como uma lembrança afetiva, para que a pessoa olhe para aquilo e lembre de tudo o que aprendeu.
- Alimentos cruzados
Após o fim da oficina, um brinde legal são os caça alimentos, onde a nutrição toma conta das revistinhas com passatempos. Você pode criar caça palavras com os nomes de alimentos saudáveis, montar jogo dos sete erros e até mesmo palavras cruzadas com as ideias apresentadas no evento.
Com certeza, em algum momento de tédio ou lazer, o idoso pegará a revistinha e repassará todos os conceitos apresentados pelo time da nutrição, fixando o conteúdo e aprimorando o processo de aprendizagem. Ele leva o conteúdo com ele, na bolsa, literalmente.
Ah, mas eu não trabalho com idosos. Não tem problema. Você pode divulgar essas ideias ou, por que não, promover eventos em seu estabelecimento para esse público? Quem trabalha com alimentação, tem de preocupar com promoção da saúde e não há como falar disso sem esbarrar na educação nutricional para todas as idades.
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