Coronavírus e segurança dos alimentos

Qual é a relação do coronavírus e segurança dos alimentos?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou pandemia do novo coronavírus, no dia 11 de março de 2020. Desde o início do surto, o vírus é o foco das manchetes e notícias. Mas pouco se fala, ainda, da relação entre o coronavírus e segurança dos alimentos.

Países declaram quarentena em certas regiões, voos e eventos foram cancelados e prateleiras de supermercados esvaziadas. Mas qual seria a melhor conduta a seguir em bares, lanchonetes e restaurantes? É possível transmitir pelos alimentos? Vamos conversar um pouco sobre este assunto ao longo do post.

O que é uma pandemia?

Resumidamente, pandemia é a disseminação mundial de uma doença. Indica, geralmente, que uma epidemia se espalhou para dois ou mais continentes, com transmissão sustentada de pessoa para pessoa.

Uma epidemia, então, seria os casos de dengue durante o verão brasileiro. Como o foco da doença é quase que, exclusivamente, no Brasil, não é considerada uma pandemia.

O coronavírus, porém, está presente, hoje, em mais de 50 países, incluindo Estados Unidos, Alemanha, Itália, Suíça, Japão, Irã, e, agora, o Brasil. Até a data da publicação do post, são 69 casos confirmados e 930 suspeitos, sendo a maior concentração na cidade de São Paulo.

Coronavírus é transmitido pelos alimentos?

Marta Hugas, cientista chefe da Europen Food Safety Agency, afirmou que não há evidência que sugira que o novo coronavírus seja transmitido através dos alimentos. Apesar das notícias que indicam que o consumo de animais exóticos seja a possível fonte do vírus, não há nenhuma confirmação científica.

Confira a fala completa da Marta Hugas: “experiências prévias de surtos de coronavírus, como o responsável pela síndrome aguda respiratória (SARS-CoV) e o coronavírus responsável pela síndrome respiratória do Médio Oriente (MERS-CoV), mostraram que a transmissão através do consumo alimentar não ocorreu”.

Por que se preocupar com o coronavírus e segurança dos alimentos?

É simples: assim como a gripe comum, herpes, catapora e mononucleose podem ser transmitidas por gotículas de saliva, o coronavírus também. Por isso, a legislação é clara em relação às conversas paralelas, risadas e cantorias em cima dos alimentos.

Além da saliva, precisamos nos preocupar com outro veículo de transmissão de doenças: a mão. Imagine um funcionário que pegou metrô, tocou em maçanetas, coçou o nariz, cumprimentou estranhos e, sem lavar corretamente as mãos, vai manipular um alimento.

Então, não, o coronavírus não pode ser transmitido pelo consumo dos alimentos. Ele não está diretamente relacionado a um certo tipo de comida.

Mas, por outro lado, os hábitos de higiene dos manipuladores, as condições higiênico-sanitárias do local e a manipulação incorreta, podem, sim, ser a fonte do problema.

Como evitar a transmissão em estabelecimentos alimentícios?

Nos Estados Unidos, orientações do Centers for Disease Control and Prevention dizem respeito especificamente aos alimentos. São elas:

• Se está doente com o covid-19 (…) evite compartilhar comida;
• Lave as mãos frequentemente com sabão e água durante pelo menos 20 segundos, especialmente depois de tossis, espirrar, ir ao banheiro, ou antes de comer e/ou preparar alimento.

A administração do Trump também liberou uma série de recomendações, dentre as quais destacamos a avaliação do estado de saúde dos manipuladores e a garantia de que as práticas de higiene estejam adequadas nos locais de preparo consumo de alimentos.

Nós da Nutri Mix, separamos 10 recomendações sobre coronavírus e segurança alimentar para evitar a contaminação e a disseminação da doença.

Quais são as dicas para evitar a contaminação?

1. Fique de olho em seu fornecedor.

Esse é um ótimo momento para acompanhar como é feita a produção e o transporte desse alimento. Os motoristas lavam a mão antes de acomodarem os insumos no caminhão? Os funcionários usam EPIs adequados?

2. Reforce a importância da higienização das mãos.

Ao chegar do trabalho, depois de tossir ou espirrar, quando mexer no lixo, pegar em dinheiro, etc. É hora de reciclar aquele treinamento e POP de higienização das mãos. Os funcionários devem ter bem claro em suas mentes o quão importante é essa atitude.

3. Cuide da saúde de seus funcionários.

Alguém está com sintomas de gripe? Libere essa pessoa para passar o dia em casa, se hidratando e descansando. Para a maioria das pessoas, os sintomas do coronavírus são mais brandos, sem necessidade de internação hospitalar.

Na dúvida, é melhor liberar o funcionário. Se não for possível, o uso de máscara se torna essencial. Lembrando, é claro, de trocá-la várias vezes ao dia.

Os funcionários só devem procurar um hospital caso apresentem febre persistente após 24 horas (ou casos em que a febre desaparece e reaparece durante dois dias), com sintomas de desconforto respiratório e caso tenham estado ou tido contato com pessoas que estiveram em países com transmissão interna do vírus nas últimas duas semanas.

4. Disponibilize máscaras aos clientes.

Ainda mais se o seu restaurante for self-service. Deixe uma placa na entrada, escrito: “caso esteja com sintomas de gripe, pegue uma máscara com nossa equipe antes de se servir”.

5. Redobre os cuidados na cozinha.

Sabe aquela pia em lugar estratégico que nunca tem sabonete? Está na hora de funcionar. Aquele display de álcool gel quebrado? Está na hora de consertar.

Observe os processos, o fluxo da cozinha e estude a legislação. Todas as recomendações que sempre comentamos aqui são as mesmas para evitar a transmissão do coronavírus.

Há motivo para pânico?

Nada de pânico. O importante, agora, é disseminar informação de qualidade, manter bons hábitos de higiene e seguir as medidas preventivas.

Funcionário vai tossir na cozinha? Se afasta do alimento, cobre a boca e, em seguida, lava as mãos. Conversar? Só no intervalo. Alimento chegou em um caminhão com aspecto sujo e na temperatura inadequada? Devolva. Funcionário com sintomas de gripe? Máscara ou atestado.

A vida não para. A cozinha também não. Que o coronavírus seja uma forma de entendermos, de uma vez por todas, a importância da higiene e as boas práticas de fabricação. Seguimos juntos no combate ao vírus!

Gostou de saber da relação entre coronavírus e segurança dos alimentos? Então, compartilha este post com um amigo ou colega de profissão!